MENTIRA – MAL QUE AFETA TANTO...
A mentira, por menor que seja, tem o poder de abalar estruturas sólidas como as de uma amizade ou relacionamento. É como se fosse um veneno silencioso que, aos poucos, mina a confiança e a cumplicidade que antes existiam. Quando alguém mente, ainda que para evitar um conflito ou proteger a si mesmo, está, na verdade, construindo um muro invisível entre si e o outro. Esse muro cresce a cada nova inverdade, até que o que antes era sólido e transparente se torna turvo e frágil.
Quando a verdade vem à tona, ela explode como uma tempestade inesperada. O impacto da revelação de uma mentira é sempre doloroso, pois fere diretamente a confiança — um dos pilares fundamentais de qualquer relação. O sentimento de decepção toma conta, e muitas vezes surgem mágoas que podem demorar a cicatrizar. O enganado passa a questionar não apenas a mentira em si, mas também todo o contexto em que viveu, gerando insegurança e incerteza.
É nesse momento que as relações se assemelham a um cristal quebrado. Por mais que se tente colar as peças, o dano está feito: as marcas permanecem, como cicatrizes visíveis e invisíveis. O relacionamento, antes liso e firme, passa a carregar rachaduras que lembram constantemente o episódio de desonestidade. A cada olhar, a cada conversa, o fantasma daquela mentira paira, impedindo a restauração plena da harmonia e da confiança.
Assim, mesmo que o tempo e o esforço consigam amenizar a dor e permitir que a relação continue, ela nunca mais será a mesma. A confiança, uma vez abalada, exige muito para ser reconstruída — e ainda assim carrega a memória do que foi quebrado. Por isso, a mentira deve ser sempre evitada, pois suas consequências podem ser tão devastadoras quanto um cristal estilhaçado: mesmo colado, as cicatrizes estarão lá, lembrando que a verdade sempre deveria ter sido o caminho.
Sandra Kauffmann
*imagem da internet*