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GREVE NA SANTA CASA DE ARARAS
Jornal Tribuna de Leme | 07/01/2023

GREVE NA SANTA CASA DE ARARAS

GREVE NA SANTA CASA DE ARARAS: FUNCIONÁRIOS REIVINDICAM SALÁRIOS ATRASADOS E MELHORIAS NO HOSPITAL

 

Na terça-feira, 3 de janeiro de 2023, as redes sociais em Araras e Leme só discutiam o estado de calamidade que chegou a Santa Casa de Araras. Funcionários do hospital entraram em greve e reivindicam o pagamento do 13º salário, das férias e do vale-cesta.

A carta aberta chama a atenção das autoridades e da população para o caos administrativo que vive a Santa Casa de Araras, com atrasos mensais nos salários, não deposita o FGTS dos colaboradores, além da dívida e o risco de perder os serviços de alta complexidade, podendo perder uma unidade de saúde que atende os ararenses e pessoas de outros municípios.

O caso da Santa Casa de Araras se assemelha ao que o hospital lemense viveu entre 2013 e 2016, época em que o hospital quase fechou as portas e viveu um dos piores momentos de sua história, deixando de atender a população e pagar os salários de funcionários, médicos e fornecedores e quem “pagou o pato” foi a população lemense, principalmente as mamães que tiveram que ser atendidas em outros hospitais, pois a maternidade estava fechada.

A situação da Santa Casa de Leme começou a se agravar em 2013, quando o prefeito na época, Paulo Blascke, decretou intervenção municipal no hospital, nomeando um interventor, que alguns anos depois, entraria na lista de investigados da Polícia Federal por esquemas de corrupção.

A situação ficou ainda pior quando em 2014, foi votado na Câmara de Vereadores a autorização para implantação de OS - Organizações Sociais nos serviços de saúde, tanto da prefeitura quanto da Santa Casa. Estava autorizada a terceirização dos serviços públicos municipais.

Em 2015, o prefeito Paulo Blascke havia sido cassado pela Câmara de Vereadores e quem assumiu no seu lugar foi o vice-prefeito, Ademir Zanóbia – o Gú Zanóbia. No dia 19 de outubro de 2015, o então Secretário de Saúde, Beto Carvalho, pediu exoneração do cargo porque não queria assinar o repasse para a Santa Casa que era administrada por uma Organização Social, fato este publicado através da portaria 775/2015, disponível na imprensa oficial nº 2332 de 21 de outubro de 2015. No dia seguinte, foi nomeado como Secretário de Saúde, Olavo de Castilho Júnior - o Coronel Castilho, fato publicado através da portaria 778/2015, publicada na imprensa oficial nº 2335, de 28 de outubro de 2015.

Alguns dias depois, Coronel Castilho assinou o aditamento de um contrato de prestação de serviços para repassar os recursos para a Santa Casa de Leme, foram milhões repassados e não houve atendimento à população. Porém, a Santa Casa estava sendo gerida pela Organização Social Abrassi. Poucos dias depois, o Ministério Público entrou em ação, retirou a OS Abrassi da Santa Casa e ajuizou ação civil pedindo a devolução dos recursos aos cofres públicos, por problemas na prestação de contas e dos serviços. O processo corre na justiça e os bens da Organização Social estão bloqueados.

Em 2016, Paulo Blascke já havia retornado a prefeitura por liminar em Brasília. A intervenção no hospital continuava e começaram a atrasar salários de médicos e funcionários. Os funcionários entraram em greve para reivindicar o pagamento dos salários. Alguns serviços foram paralisados e a população começou a ficar sem atendimento médico hospitalar. Com a falta de pagamento dos médicos e funcionários, a Maternidade deixou de atender a população. O resultado não podia ser diferente: crianças tiveram que nascer em outras cidades ou na calçada do hospital como aconteceu em 2016.

Ao final de 2016, após as eleições, venderam o Plano de Saúde da Santa Casa de Misericórdia de Leme para o setor privado.  O Plano de Saúde era uma importante receita do hospital faturando, anualmente, aproximadamente R$ 6 milhões. Venderam o Plano de Saúde por um valor abaixo da metade do lucro que ele dava, porém, deixaram todas as dívidas para o hospital pagar.

A Santa Casa de Leme só começou a voltar à normalidade em 01 de janeiro de 2017, após a posse de Wagão como prefeito de Leme, e a partir de então, o hospital voltou a receber investimentos e melhorias. Desde 2017, médicos, funcionários e fornecedores recebem rigorosamente em dia e o hospital recebeu muito investimento, como a reforma do Pronto Socorro, da Maternidade, a construção da Nova UTI Adulta e Neonatal, a chegada da ressonância magnética, novos equipamentos, mesa cirúrgica e muitas outras melhorias que acontecem até hoje, graças ao empenho e capacidade administrativa de Wagão e sua equipe, caso contrário, provavelmente nosso hospital estaria até hoje com dificuldade em atender a nossa população.

E pensar que, nas eleições de 2020, o atual prefeito de Araras esteve apoiando essa mesma equipe que esteve no poder entre 2013 e 2016 e fizeram oposição ao Wagão. Talvez esteja aí o motivo da Santa Casa de Araras chegar à situação que se encontra.

Fotos extraídas de redes sociais.