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Bebê que mama no peito tem menos infecção de ouvido
Sandra Kauffmann | 03/08/2022

Bebê que mama no peito tem menos infecção de ouvido

Bebê que mama no peito tem menos infecção de ouvido

Segundo pesquisas, crianças alimentadas com leite artificial têm maior incidência de otites, com risco de perda auditiva e prejuízos no desenvolvimento da fala e do aprendizado


O leite materno é um alimento indispensável para os bebês e, neste mês, conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação, é importante ressaltar também que doenças crônicas, alergias e até a covid-19 podem ser evitadas ou terem os riscos reduzidos graças à amamentação. O leite materno aumenta a imunidade. Contém anticorpos e proteínas que diminuem os casos de infecções e inflamações, como a otite, por exemplo, que causa muita dor ao neném e noites sem dormir.
No Paraná, duas pesquisas investigaram a ocorrência de otite em crianças amamentadas e não amamentadas no peito; a alimentação com leites artificiais; e a relação entre otite e a postura do bebê na hora de mamar. Embora seja um tema controverso, muitos pediatras recomendam às mães não dar o peito ou a mamadeira com o bebê deitado porque isso pode facilitar com que tanto o leite ingerido quanto uma possível regurgitação da criança parem na trompa auditiva, podendo servir de transporte para vírus e bactérias até a orelha, causando otites.
Um dos estudos, coordenado pelas fonoaudiólogas Francis Oliveira; Raquel Colombo e Cristiane Gomes, do Centro Universitário de Maringá, foi feito com 59 mães de bebês com até dois anos de idade. A investigação mostrou que a incidência de otite foi maior em crianças entre 13 e 24 meses, por causa de fatores como a introdução de leite artificial oferecido em mamadeira e em posição deitada. As pesquisadoras alertaram para o perigo do desmame precoce.
Outro estudo, realizado pelas fonoaudiólogas Luciana Marchiori e Juliana Melo, na Universidade do Norte do Paraná, comprovou também a proteção que a amamentação no peito oferece contra as infecções na orelha. O artigo, intitulado Resultados Timpanométricos: Lactentes de Seis Meses de Idade, traz os dados da pesquisa. Dos 46 bebês avaliados, 30 foram submetidos à amamentação exclusiva com leite materno, enquanto 16 não. Todos passaram por exames para detecção de alterações sugestivas de otites na orelha. Entre os que mamaram apenas no peito, a timpanometria foi normal em 90% dos casos. Entre os bebês que não tiveram amamentação exclusiva, apenas 50% deles tiveram timpanometria normal.
A proteção que o aleitamento materno oferece é ainda mais importante porque já é sabido que na primeira infância muitas crianças têm perda auditiva devido às infecções na orelha. O problema é mais grave nos casos das otites de repetição, variados períodos em que as crianças não escutam bem ora escutam, ora não. Nestes casos, a perda auditiva, mesmo que seja leve e temporária, prejudica a decodificação dos sons, podendo causar prejuízos no desenvolvimento da fala, da linguagem e na aprendizagem.
"O processo de maturação do sistema auditivo central ocorre durante os primeiros três anos de vida. Por isso, a estimulação sonora neste período de maior plasticidade cerebral é imprescindível, já que para o aprendizado da linguagem oral e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual, emocional e de habilidades, é preciso que as crianças consigam ouvir e interagir com seus pais e familiares e, assim, possam estabelecer novas conexões neurais", pontua a fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas.
A boa notícia é que os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Federal Fluminense (UFF).
Foram avaliadas 14.584 crianças menores de cinco anos, em todo país, entre fevereiro de 2019 e março de 2020 e os resultados mostraram que a prevalência de amamentação exclusiva em bebês com até quatro meses saltou de 4,7%, em 1986, para 60% neste período. Já entre os menores de seis meses, o índice aumentou de 2,9% para 45,7%; um avanço significativo mas ainda longe do ideal.
 

Leite materno também protege contra a covid
 

Pesquisa realizada em São Paulo pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) com 218 mulheres que testaram positivo para a covid-19 em algum período da gravidez, mostrou que as mamães infectadas não transmitem o vírus para seus bebês.
Em um dos casos, os pesquisadores comprovaram que o colostro de uma mulher infectada ao dar à luz tinha anticorpos capazes de anular o ataque do vírus. A pediatra Fabíola Suano de Souza, que participou do estudo, confirma. "A covid-19 não é transmitida por meio da amamentação nem durante a gestação".


Mais informações: 

Assessoria de imprensa da Telex Soluções Auditivas - Ex-Libris Comunicação Integrada