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VITILIGO
Jornal Tribuna de Leme | 21/01/2024

VITILIGO

Acredita-se que o vitiligo é uma doença autoimune, isso significa que o sistema imunológico ataca e destroem os melanócitos, as células que produzem melanina, um tipo de proteína, o pigmento que dá cor a pele e aos pelos. Também está ligada a fatores genéticos.  Isso resulta em manchas brancas na pele. O vitiligo pode afetar qualquer parte do corpo, mas é mais comum em áreas expostas ao sol, como o rosto, as mãos, os braços e os pés. O vitiligo também está ligado a fatores genéticos, pois 20 a 30% dos pacientes têm história familiar positiva para a doença.

A prevalência do vitiligo é de cerca de 1% da população mundial. No Brasil, estima-se que a doença afeta aproximadamente 0,5% da população, o que corresponde a cerca de 1 milhão de pessoas.

O diagnóstico do vitiligo geralmente é clínico, sendo feito pelo dermatologista através da avaliação das manchas na pele a olho nu. Em alguns casos, pode ser usada a lâmpada de Wood para observar melhor as manchas da pele. Além disso, caso necessário, o médico pode fazer uma biópsia de pele para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições de saúde.

Os portadores de vitiligo devem tomar alguns cuidados para gerenciar a condição e prevenir a progressão da doença. Aqui estão algumas recomendações:

- procure um dermatologista, se notar o aparecimento de manchas brancas na pele, procure um dermatologista para diagnóstico e tratamento; tome sol com cuidado, tome sol por períodos curtos, usando protetor solar, evitando a exposição entre 10h e 16h; reaplique o protetor solar a cada 2 horas, especialmente se estiver na praia ou na piscina; hidrate a pele normalmente: o portador de vitiligo não precisa de hidratantes nem sabonetes especiais; cuide da saúde mental: o vitiligo pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida, por isso é importante cuidar da saúde mental e visite periodicamente o dermatologista: é importante fazer check-ups regulares para monitorar a progressão da doença.

O fator emocional é importante no vitiligo. Situações estressantes, como a perda de um ente querido, brigas familiares, demissão, entre outros traumas do dia a dia podem desencadear o início da doença. Além disso, as lesões provocadas pela doença, não raro, impactam significativamente a qualidade de vida e a autoestima.

O tratamento do vitiligo deve ser orientado por um dermatologista e pode variar de acordo com a idade da pessoa, tamanho das áreas despigmentadas na pele, localização e a velocidade de progressão da doença.

Algumas opções de tratamento:

1- Pomadas com corticoides: São mais efetivas quando as manchas na pele são percebidas no início da doença, apresentam crescimento lento e cobrem uma área pequena do corpo. A aplicação das pomadas geralmente não é contínua, podendo ser indicada em semanas alternadas ou com interrupções de 2 dias a cada 5 dias de uso, para evitar efeitos colaterais como atrofia da pele e acne.

2- Pomadas com inibidores da calcineurina: Pomadas contendo inibidores da calcineurina, como tacrolimus e pimecrolimus, são tão eficazes quanto as pomadas com corticoides. Geralmente são mais indicadas no início do surgimento das manchas na pele, caso as manchas apresentem pouco crescimento e sejam pequenas, e aplicadas 2 vezes ao dia.

3- Corticoides orais: Geralmente são indicados nos casos em que as áreas despigmentadas na pele apresentam crescimento rápido, em poucas semanas a meses.

4- Fototerapia com luz UVB ou UVA: A fototerapia com UVB de banda estreita é o tratamento de escolha para formas extensas da doença.

5- Laserterapia: Para manchas estáveis e limitadas.

Lembre-se, cada pessoa é única e pode responder de maneira diferente aos tratamentos. Portanto, é sempre melhor consultar um profissional de saúde para obter conselhos personalizados.

Gustavo Antonio Cassiolato Faggion

Infectologista / Médico do Trabalho - CRM 76.810