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VIDA E MORTE
Jornal Tribuna de Leme | 17/09/2023

VIDA E MORTE

TEMAS MÉDICOS VISTOS POR DR. GUSTAVO

Falar de vida após uma recente pandemia é um grande desafio. A Covid-19 deixou um rastro de destruição e morte em todo o mundo e, o nosso país, infelizmente foi um dos mais afetados. A falta de humanidade e responsabilidade de inúmeros dirigentes contribuiu para o agravamento da crise sanitária e, o resultado foi um número de mortes desastroso que ainda não foi completamente contabilizado.

Neste contexto, qual a melhor definição de vida? A vida é um fenômeno complexo e multifacetado e, não há uma resposta única para essa pergunta. Podemos, no entanto, dizer que a vida é um processo dinâmico e evolutivo, que se caracteriza pela capacidade de crescimento, reprodução e adaptação ao meio ambiente.

 Para as futuras gerações, é importante deixarmos uma mensagem de alerta. A pandemia nos mostrou que a vida é frágil e que devemos preservá-la. Também nos mostrou que a cooperação e a solidariedade são essenciais para superarmos as adversidades.

 Vacinar no meio de tantas opiniões divergentes foi um ato de bravura. As vacinas são a melhor forma de prevenir a Covid-19, as doenças infecto-contagiosas e, também suas complicações. Se abster da vacinação foi um ato de pouca sabedoria, foi como se fosse aquele soldado dentro de uma trincheira e, na hora de sair para o combate se recusasse. Desta forma expôs suas fraquezas e também as outras pessoas a um risco desnecessário.

A morte é uma parte inevitável da vida. Ela representa o fim do processo biológico de um organismo, mas não o fim da existência. A morte é um tema complexo e cheio de tabus, principalmente na cultura ocidental, e que tem sido abordado de diferentes ângulos e perspectivas ao longo de nossa história.

Do ponto de vista biológico, a morte ocorre quando um organismo deixa de realizar as funções vitais necessárias à sua sobrevivência. Do ponto de vista médico, a morte é definida como a cessação irreversível das funções cardiorrespiratórias e cerebrais.

Do ponto de vista psicanalítico e psicológico, a morte pode ser vista como uma experiência de perda e separação. Ela pode gerar sentimentos de medo, tristeza, raiva e culpa.

Do ponto de vista filosófico e religioso, a morte é interpretada de diversas maneiras. Algumas pessoas acreditam na vida após a morte, enquanto outras acreditam que a morte é o fim da existência.

Morrer de tristeza, alegria, solidão e saudade são expressões metafóricas que podem ser usadas para descrever experiências de perda e de desapego. Morrer de tristeza pode ser entendido como o sentimento de perda de algo ou alguém amado. Morrer de alegria pode ser entendido como o sentimento de plenitude e realização. Morrer de solidão pode ser entendido como o sentimento de isolamento e abandono. Morrer de saudade pode ser entendido como o sentimento de falta de alguém ou de algo.

Como criar um conceito de vida olhando para frente um abismo infinito chamado morte? A morte é um fato inevitável, mas não deve ser encarada como um fim. A vida é um processo contínuo, que se inicia com o nascimento e se estende para além da morte.

A entropia, o princípio que explica a tendência das coisas de se desorganizarem, pode ser vista como uma metáfora para a morte. No entanto, a mecânica quântica, uma das mais importantes teorias científicas do século XX, nos mostra que a matéria e a energia não se perdem, mas se transformam. Isso significa que, mesmo após a morte, a matéria e a energia que compõem nosso corpo continuam a existir de alguma forma.

A ciência nos fornece uma visão mais objetiva da vida e da morte. Do ponto de vista biológico, a vida é um processo físico e químico complexo que se caracteriza pela capacidade de auto-organização e reprodução. Essa visão mais científica da vida e da morte nos ajuda a compreender que a morte não é o fim da existência. Ela é apenas uma transição para uma nova fase de existência, como citado anteriormente ao se lembrar da tão enigmática e complexa mecânica quântica.

Algumas palavras de injeção de ânimo para as futuras gerações podem ser: a vida é um presente, e devemos preservá-la; a cooperação e a solidariedade são essenciais para superarmos as adversidades; a morte é uma parte inevitável da vida, mas não o fim da existência; a vida é um milagre, e devemos aproveitá-la ao máximo.

Que essas palavras possam inspirar as futuras gerações a construir um mundo melhor, onde a vida seja nosso maior bem a ser valorizado e respeitado. Devemos viver cada momento com intensidade, sem medo do seu inevitável desfecho. A morte é apenas uma passagem para uma nova fase da existência, quem sabe para um dos “diversos universos”. Quem viver, tão já, não verá...

Gustavo Antonio Cassiolato Faggion

Infectologista / Médico do Trabalho - CRM 76.810