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USO DE CEROL E LINHA CHILENA É CRIME
Jornal Tribuna de Leme | 09/09/2024

USO DE CEROL E LINHA CHILENA É CRIME

Tivemos em Leme, no domingo, 01 de setembro, a morte precoce de um motoqueiro que trafegava pela Avenida Visconde de Nova Granada e foi atingido no pescoço pelas linhas cortantes, que continha cerol ou a linha chilena, as quais representam um perigo significativo para a segurança pública. Essas linhas são comumente utilizadas em pipas e papagaios, porém, ao serem fortalecidas com vidro moído, pó de ferro ou outros materiais abrasivos, tornam-se armas letais. Motoqueiros, ciclistas e pedestres estão entre as principais vítimas desses artefatos, já que podem ser atingidos de forma inesperada e fatal por essas linhas enquanto trafegam pelas vias. O impacto dessas linhas pode causar cortes profundos, mutilações e, em casos extremos, levar à morte, eu foi o caso em nossa cidade.

No Brasil, o uso de cerol e linha chilena é proibido por lei em várias regiões do país. A legislação varia de estado para estado, mas em geral, o uso, a venda e a fabricação dessas linhas são considerados crimes. No estado de São Paulo, por exemplo, a Lei nº 12.192/2006 proíbe a fabricação, comercialização e uso do cerol, prevendo multa para os infratores. Além disso, o Código Penal Brasileiro pode ser aplicado em casos onde o uso dessas linhas resulta em lesões ou morte, enquadrando-se como homicídio culposo ou lesão corporal culposa, com penas que podem variar conforme a gravidade do caso.

As punições para quem é pego utilizando ou vendendo cerol ou linha chilena podem incluir multas elevadas e até mesmo a prisão. Dependendo da consequência do uso, como em casos de lesão grave ou morte, o responsável pode responder criminalmente, enfrentando processos judiciais que podem resultar em penas de reclusão. A responsabilidade também pode se estender aos pais ou responsáveis por menores que fazem uso dessas linhas perigosas.

A conscientização da população sobre os perigos associados ao cerol e à linha chilena é fundamental para a redução dos riscos. Campanhas educativas nas escolas, comunidades e nas mídias sociais podem ajudar a informar sobre os perigos e as consequências legais do uso dessas linhas. Além disso, é importante incentivar a denúncia anônima de pessoas que comercializam ou utilizam esses produtos, colaborando com as autoridades para que a legislação seja cumprida.

Outra medida que pode ajudar a mitigar os riscos é a criação de áreas específicas para soltar pipas, onde o uso de cerol e linha chilena seja rigidamente controlado ou proibido. Essas áreas, supervisionadas por agentes de segurança ou voluntários, poderiam proporcionar um ambiente seguro para a prática dessa atividade recreativa, sem colocar em risco a vida de pessoas nas proximidades.

A tecnologia também pode ser uma aliada na prevenção de acidentes. Motoqueiros e ciclistas, por exemplo, podem equipar seus veículos com antenas de proteção, conhecidas como "corta-pipas", que têm a função de cortar a linha antes que ela atinja o condutor. Embora não eliminem completamente o risco, essas antenas reduzem significativamente a chance de ferimentos graves.

O papel das autoridades policiais e de fiscalização é crucial no combate ao uso e comercialização de linhas cortantes. A realização de operações de fiscalização periódicas, principalmente em épocas de férias escolares e festas, quando a prática de soltar pipas se intensifica, pode ajudar a apreender esses materiais e responsabilizar os infratores.

A combinação de legislação rigorosa, campanhas educativas, fiscalização eficiente e o uso de tecnologias preventivas forma um conjunto de medidas que, se aplicadas corretamente, podem diminuir significativamente os riscos associados ao uso de cerol e linha chilena. A conscientização da sociedade e a colaboração com as autoridades são essenciais para que essa prática perigosa seja eliminada, preservando vidas e garantindo a segurança nas vias públicas.

Fica aqui nossos sentimentos aos familiares e amigos do jovem Renato Cordeiro Santos...

Imagem: Vinícius Lavezzo/Jornal Tribuna de Leme