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SÍFILIS, O QUE É?
Jornal Tribuna de Leme | 12/05/2024

SÍFILIS, O QUE É?

Nos últimos anos, os casos de sífilis no Brasil têm apresentado um aumento alarmante. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Sífilis 2023, no período de 2012 a 2022, foram notificados 1.237.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos de sífilis em gestantes e 238.387 casos de sífilis congênita. Esses números refletem uma realidade preocupante, evidenciando a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção e tratamento para controlar a disseminação dessa doença.

 O que é a sífilis?

A sífilis é uma doença silenciosa e de caráter sistêmico. Ela é causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida por contato sexual ou vertical - na gestação ou parto.

A transmissão de mãe para filho pode ter como consequência aborto, parto prematuro, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, lesões de pele e malformações, com mortalidade em torno de 40% nas crianças com sífilis congênita.

Quem possui sífilis pode apresentar diversas manifestações clínicas e diferentes estágios: a sífilis primária, secundária, latente e terciária.

- Primária: Pequenas feridas nos órgãos genitais (cancro duro) que desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes, gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas;

- Secundária: Manchas vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés, febre, dor de cabeça, mal-estar, inapetência, linfonodos espalhados pelo corpo, manifestações que também podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo;

- Terciária: Comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular com inflamação da aorta, lesões na pele e nos ossos.

- Congênita — transmitida da mãe para o bebê na gestação — pode causar má-formação do feto, aborto espontâneo e morte fetal. Na maioria das vezes, porém, os seguintes sintomas aparecem nos primeiros meses de vida: pneumonia, feridas no corpo, alterações nos ossos e no desenvolvimento mental e cegueira.

A manifestação inicial é uma úlcera no local de entrada da bactéria, geralmente na região genital, que desaparece mesmo sem tratamento. Ainda manifestações iniciais incluem erupções ou manchas no tronco, nas mãos e pés; placas e lesões em mucosas. Esta fase pode ser acompanhada de sintomas inespecíficos como febre baixa, mal-estar e cefaleia. Se a doença não for tratada, pode evoluir para estágios mais graves acometendo o sistema nervoso central e cardiovascular.

Diagnóstico da sífilis

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis recomenda que todo paciente diagnosticado com sífilis seja acompanhado durante um ano, por meio da realização de testes não treponêmicos (VDRL)  para verificar a queda da titulação do patógeno.

Em caso de gestantes, esse seguimento deve ser feito mensalmente e, no restante da população a cada três meses durante um ano.

Sempre que houver suspeita de sífilis congênita, deve-se realizar o VDRL no líquor da criança.

 

*Imagem ilustrativa de internet