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A atitude na qual indivíduos buscam diminuir a luz ou o sucesso dos outros para alcançar sua própria ascensão intelectual e financeira, pode ser analisada sob a perspectiva psicanalítica, principalmente através dos conceitos de inveja e rivalidade. A teoria psicanalítica, desenvolvida por Sigmund Freud e posteriormente expandida por outros psicanalistas, oferece uma lente útil para entender os motivos subjacentes e os possíveis desdobramentos psicológicos dessas atitudes.
A inveja, segundo Freud, é uma emoção complexa que envolve sentimentos de inferioridade, ressentimento e desejo de possuir o que o outro tem. Na infância, a criança desenvolve uma relação ambivalente com seus pais, alternando entre admiração e hostilidade. Quando a criança percebe que não pode ter tudo o que deseja, pode surgir a inveja em relação aos pais ou aos objetos de desejo deles. Essa inveja pode persistir na vida adulta, manifestando-se de diferentes maneiras, como a diminuição do sucesso alheio.
Além da inveja, a rivalidade também desempenha um papel significativo nesse comportamento. A rivalidade surge da competição por recursos limitados, como atenção, reconhecimento ou poder. Quando indivíduos se sentem ameaçados pela ascensão de outros, podem adotar estratégias para diminuir seus rivais e manter sua própria posição.
Essas atitudes podem causar sofrimento e descontrole no dia a dia dessas pessoas de várias maneiras. Primeiramente, a inveja e a rivalidade podem gerar um ciclo de insatisfação constante, pois o indivíduo nunca se sente plenamente satisfeito com suas conquistas, sempre comparando-se aos outros. Isso pode levar a sentimentos de frustração, raiva e amargura. Além disso, a tentativa de diminuir os outros pode criar um ambiente de hostilidade e conflito interpessoal, afetando negativamente os relacionamentos e a qualidade de vida.
Em termos de tratamento, a psicanálise oferece uma abordagem que visa explorar as raízes inconscientes desses comportamentos e ajudar o indivíduo a compreendê-los e transformá-los. O trabalho terapêutico pode envolver a análise das experiências passadas do indivíduo, suas relações interpessoais e seus padrões de pensamento e comportamento. Ao trazer à tona os conflitos e emoções reprimidas, o paciente pode ganhar insights sobre suas motivações e aprender maneiras mais saudáveis de lidar com seus sentimentos de inveja e rivalidade.
Além da terapia individual, intervenções psicossociais, como grupos de apoio ou treinamento em habilidades sociais, podem ser úteis para ajudar os indivíduos a desenvolverem formas mais construtivas de lidar com seus sentimentos e interagirem com os outros.
Em relação à defesa contra indivíduos desequilibrados que adotam essas atitudes, a educação e a conscientização são fundamentais. Reconhecer os sinais de comportamento invejoso ou rival e estabelecer limites saudáveis são estratégias importantes para proteger-se dessas influências negativas. Além disso, cultivar empatia e compaixão pode ajudar a neutralizar os efeitos desses comportamentos, promovendo uma cultura de apoio e cooperação em vez de competição destrutiva.
Para finalizar, a visão psicanalítica desses comportamentos sugere que a inveja e a rivalidade são manifestações de conflitos inconscientes e emoções reprimidas. O tratamento psicanalítico pode ajudar os indivíduos a compreender e transformar esses padrões, promovendo uma maior satisfação e bem-estar emocional. Além disso, a conscientização e o estabelecimento de limites saudáveis são importantes para se proteger contra esses comportamentos e promover relacionamentos mais positivos e construtivos.
Dr. Gustavo Antonio Cassiolato Faggion
Infectologista / Médico do Trabalho - CRM 76.810