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HANSENÍASE
Jornal Tribuna de Leme | 17/01/2024

HANSENÍASE

A hanseníase é também conhecida como Doença de Hansen ou Mal de Hansen e, também, como lepra. É uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica e lenta, causada pela bactéria Mycobacterium leprae.

Esta doença existe há milhares de anos. Há relatos da doença em antigos textos bíblicos, hindus (século 6 antes de Cristo) e chineses. Na Bíblia, a hanseníase é mencionada várias vezes, como no livro de Levítico e Mateus, que descreve as leis de purificação para os leprosos e uma passagem de cura.

No Brasil, foi registrada pela primeira vez em 1500, com a chegada dos colonizadores portugueses. A doença se espalhou rapidamente pelo país, atingindo principalmente os povos indígenas e os escravos africanos.

Sua transmissão é por gotículas de saliva ou secreções nasais, expelidas ao falar, tossir ou espirrar. A transmissão é mais provável em contatos próximos e prolongados com pessoas infectadas em fase adiantada da doença e não tratadas. A hanseníase não é transmitida por contato casual, como aperto de mão, abraço ou beijo. Também não é transmitida por meio de objetos compartilhados, como copos, talheres ou roupas.

As principais características das lesões são: manchas brancas ou avermelhadas, com perda da sensibilidade ao tato, calor e dor; caroços ou placas na pele; diminuição da força muscular; formigamentos, agulhadas ou dormência nas mãos, pés, braços ou pernas; dificuldade para mover os braços ou pernas; perda dos pelos do corpo; inflamação dos nervos; deformidades nos dedos das mãos e dos pés.

Se a doença demorar a ser diagnosticada e tratada, ela pode deixar sequelas permanentes. A hanseníase pode, inclusive, ser incapacitante. Os pacientes podem ter, por exemplo, deformidades e perda dos movimentos nas mãos e nos pés, lesões nos olhos, destruição do septo intranasal e osteomielite (infecção dos ossos).

O diagnóstico de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. O diagnóstico também pode ser feito com exame físico, teste de sensibilidade (térmico, doloroso e tátil) e exames laboratoriais específicos como o exame de baciloscopia, que detecta a presença da bactéria Mycobacterium leprae na pele.

Hanseníase tem cura. O tratamento é feito com antibióticos, é gratuito e fornecido pelo SUS - Sistema Único de Saúde. O que varia é o tempo, quem tem a forma mais branda da doença deve ser tratado por 6 meses. Já para quem apresenta a forma mais avançada, o tratamento leva 12 meses. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido e fácil será o tratamento e a solução da doença.

Todos os contatos próximos de uma pessoa com hanseníase devem ser avaliados por um médico. O tratamento preventivo é indicado para contatos que apresentam alto risco de infecção.

Os familiares de uma pessoa com hanseníase devem ficar atentos aos sinais e sintomas da doença. Se houver suspeita é importante procurar um médico imediatamente.

Dr. Gustavo Antonio Cassiolato Faggion

Infectologista / Médico do Trabalho - CRM 76.810