FAZER USO DO CHAPÉU ALHEIO
O ditado popular “fazer uso do chapéu alheio” refere-se à prática de alguém se apropriar do mérito ou dos recursos de outra pessoa para benefício próprio, sem que isso seja reconhecido. Essa expressão simboliza uma atitude de desonestidade ou oportunismo, onde o indivíduo se aproveita da confiança ou do esforço de terceiros para se promover. Esse comportamento pode ocorrer tanto em situações cotidianas quanto em ambientes profissionais, onde um chefe, por exemplo, pode levar o crédito pelo trabalho de um subordinado.
No contexto político, o uso do “chapéu alheio” é uma prática comum, sobretudo quando um governante ou representante se apropria de conquistas ou projetos desenvolvidos por administrações anteriores, sem fazer a devida menção a quem iniciou ou deu continuidade ao trabalho. Políticos muitas vezes apresentam melhorias ou obras públicas como realizações pessoais, ignorando que foram iniciadas por gestões passadas, utilizando essas ações como ferramentas de autopromoção para angariar apoio popular ou votos.
Além disso, o uso do “chapéu alheio” na política pode se manifestar em contextos mais amplos, como a apropriação de ideias ou políticas desenvolvidas por outros partidos ou grupos de interesse. Em períodos eleitorais, essa prática é especialmente visível, quando candidatos prometem medidas ou soluções que já estão em andamento, mas as apresentam como se fossem inovações de suas campanhas. Essa estratégia, embora comum, mina a confiança do público e contribui para o cinismo em relação à política.
No dia a dia, o “chapéu alheio” também aparece em relações interpessoais. Seja no ambiente de trabalho, seja em círculos sociais, há quem se aproveite das conquistas dos outros para se beneficiar sem reconhecimento ou retribuição. Embora essas práticas possam gerar ganhos de curto prazo, elas frequentemente desgastam a confiança e a credibilidade, pois, com o tempo, as pessoas passam a identificar quem de fato está agindo de forma ética e quem está apenas se apropriando do esforço alheio.
Sandra Kauffmann
*imagem da internet*