Notícia

  • Home
  • ENTREVISTA COM A PROFESSORA NATALIA COELHO – PRÉ-CANDIDATA À VEREADORA PELO PSD
ENTREVISTA COM A PROFESSORA NATALIA COELHO – PRÉ-CANDIDATA À VEREADORA PELO PSD
Jornal Tribuna de Leme | 28/07/2024

ENTREVISTA COM A PROFESSORA NATALIA COELHO – PRÉ-CANDIDATA À VEREADORA PELO PSD

O JORNAL TRIBUNA DE LEME ENTREVISTA A PROFESSORA NATALIA COELHO – PRÉ-CANDIDATA À VEREADORA NA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE OUTUBRO PELO PSD – PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO, QUE TEM COMO PRESIDENTE REGIONAL, O SEMPRE PREFEITO, WAGNER RICARDO ANTUNES FILHO – WAGÃO,

Professora Natalia, queremos explanar sobre suas propostas para o setor da educação:

Jornal – É professora da rede municipal de ensino há quantos anos?

Natalia – Antes de tudo quero dizer que sou mãe, sou dona de casa, sou uma mulher comum, desenvolvendo todos os afazeres que qualquer mulher tem diariamente.  Sou professora municipal há doze anos Peb1. Também atuo como professora de apoio para alunos atípicos. Desses doze anos, sete atuei na zona rural sendo, seis anos na EMEB José Baldin no Bairro Taquari e um ano na EMEB Paulina Bertin de Morais no Bairro Caju. Atualmente leciono na EMEF Alcides Kammer de Andrade no período da manhã, e a tarde como professora de apoio na Escola Professor Mário Zini.

Jornal - Quais são suas principais prioridades para a educação no nosso município?

Natalia - A prioridade é convocar as professoras de Peb1, Peb2, substitutas e monitoras para compor o quadro de profissionais da pasta da educação de Leme. A rede está com falta de professores há muito tempo e isso ocasiona transtornos para gestores, professores e alunos das escolas. Faltam muitos monitores na rede e os que são chamados do concurso logo exoneram pela carga excessiva de trabalho, falta de outros profissionais e a grande demanda que as creches exigem sobrecarregando as profissionais que já trabalham na sua unidade escolar. Se tratando de creche onde os alunos são crianças muito pequenas e bebês, exige um quadro de funcionário maior para evitar acidentes e, também o desgaste físico e mental das colaboradoras. Além da falta de monitoras, o município também está com falta de professoras substitutas.

Jornal – Sobre as benfeitorias ou melhorias nas escolas, o que vê, pois temos reclamações diversas sobre várias escolas.

Natalia – Esse é outro ponto importante, as benfeitorias que se concentram nas escolas do centro e unidades pontuais. Temos escolas onde o bebedouro não oferece água fresca nos dias de calor intenso porque está quebrado, faltam portas nos banheiros de creche, sem portas as crianças fazem suas necessidades com as famílias e funcionários vendo. Isso fere o ECA, fere a LDB. Há quanto tempo vai permanecer assim? Isso se chama falta de equidade, falta de empatia e de gerenciamento de ações que coordenem e façam valer os direitos das crianças assegurando a todos, sem distinção de classe social, o direito a ser respeitado como ser humano em sua totalidade. Está na base da BNCC - qualidade e equidade. As leis estão sendo garantidas? Por que escola periférica tem lousa rachada, com remendos?  Tanques de areia em creche com fezes de animais? A areia para parquinho não pode simplesmente ser qualquer areia, tem que ser uma areia tratada pra que não traga riscos à saúde das crianças que ali frequentam. Ela deve permanecer sempre coberta por uma lona quando não estiver sendo usada, pois os gatos adoram fazer suas necessidades nesses lugares, e como eles enterram suas fezes, você pode nem perceber a presença das mesmas, onde pode gerar a contaminação na areia para parquinho.

Jornal – Já que citou a falta de professoras substitutas, é do nosso conhecimento que você fez substituições em algumas escolas. Essa foi uma das razões?

Natalia – Sim, em fevereiro, março e abril fiz algumas substituições no período contrário ao meu de trabalho e pude observar o desespero das gestões e secretárias para arrumar substitutas e, muitas vezes, sem sucesso o que ocasiona dividir a sala com outras professoras, ou seja, uma sala já com número grande de alunos ainda recebe alunos de outra sala porque não tem a professora substituta gerando um grande estresse, insatisfação e prejudicando o trabalho pedagógico das professoras em sala, e isso está recorrente e não apenas esporadicamente. Temos também a falta de professores de Peb2, ou seja, o professor de inglês, de espanhol, educação física, por exemplo, então os alunos não são contemplados com disciplinas essenciais para o desenvolvimento daquelas crianças. Outra prioridade é a saúde emocional desses trabalhadores que trabalham sobrecarregados desestimulados, com esgotamento físico e mental diante de tantas demandas que o professor tem que seguir. O professor está adoecendo e as administradoras da secretaria nada fazem a respeito.

Jornal – Ouvimos muitas reclamações de que faltam materiais básicos para a realização do trabalho dos professores. O que tem a dizer sobre isso?

Natalia – Essa é outra prioridade: há que se ter a compra planejada de materiais, faltam materiais básicos na escola de papelaria, por exemplo: sulfite entre outros. Temos falta de tudo um pouco e sem previsão de entrega.  No infantil existe falta de areia nos parquinhos para as crianças brincarem, uma vez que o tanque de areia faz parte da rotina e do planejamento do professor da educação infantil. Em 2023, na Creche Palmira no bairro Caju, por exemplo, ficamos o ano todo sem areia no parque.

Jornal – Tivemos muitas reclamações de mães de alunos e até de professores que devido ao calor intenso ocorrido nesse ano, muitas salas não funcionavam ar condicionado e nem ventiladores. Você observou isso?

Natalia – Essa é mais uma prioridade, porém não menos importante é aquisição de ar-condicionado para todas as salas das escolas da rede municipal de Leme, nos últimos meses pudemos sentir as altas temperaturas onde os termômetros bateram os 39° e nesses meses que substitui  no período da tarde era praticamente impossível trabalhar nessas condições, muita salas possuem ar-condicionado porém eles não funcionam, ventiladores quebrados, falta de ventilação, o calor excessivo atrapalha a aprendizagem deixando os alunos irritados, agitados e cansados. A sensação era sub-humana com o extremo calor, eu me senti extremamente desrespeitada e insultada com tamanha falta de empatia e abandono, ar condicionado não é mais artigo de luxo e sim necessidade, principalmente dentro da sala de aula. E também falta de maçanetas, lousas rachadas entre outros. Infraestrutura está prejudicada.

Jornal - Como você pretende melhorar a infraestrutura das escolas públicas?

Natalia - Leme é a cidade da região que mais recebe a verba do FUNDEB, precisa haver um melhor planejamento para distribuição dos recursos a fim de sanar os problemas de infraestrutura das escolas, há a necessidade de mais agilidade e responsabilidade, um plano de ação mais eficaz. A equipe de gestores sempre solicitam os reparos, mas na maioria das vezes as solicitações não são atendidas.

Jornal - Quais são suas propostas para valorizar os professores e melhorar suas condições de trabalho?

Natalia - Os educadores são os responsáveis por formar todos os outros profissionais, de todas as carreiras. A educação infantil é a base, passando depois por todos os outros níveis até chegar ao final da jornada estudantil, contudo existem diversos obstáculos que dificultam o exercício digno da profissão no país. São eles, os baixos salários, a sobrecarga de trabalho, a indisciplina de alguns alunos e, até a violência nas salas de aulas e a desvalorização do cargo pelos governos e até pela sociedade. Não à toa que dados apontam o desinteresse pela carreira docente no Brasil e que, até 2040 a educação básica do país pode enfrentar um grande déficit de professores e eu acredito que vai acontecer muito dessa data. Precisamos de valorização financeira e políticas públicas em prol da carreira docente. Apoio da gestão escolar e secretaria de educação. Apoio dos estudantes, da família e da comunidade. Reconhecimento público e do poder público.

Jornal - Você tem algum plano específico para aumentar a oferta de atividades extracurriculares para os alunos?

Natalia - Na rede já existe “O mais educação” onde os alunos tem a oportunidade de aprender práticas esportivas, culturais, reforço de português e matemática. Eu acrescentaria grupos de Teatro ou Cinema, Trabalho voluntário, culinária, informática, educação cívica e “ações no seu bairro” onde serão abordadas questões do bairro em que os alunos pertencem, incentivá-los a sempre estar de olho no que está acontecendo em seu entorno. Ao organizar as conversas em grupo, o objetivo é propor melhorias nas praças ou brinquedos do parque, por exemplo, e a manutenção dos mesmos. Ajustar toda a documentação para levar na prefeitura. Com isso desenvolvemos a liderança, senso de coletividade, organização, habilidades administrativas, e a preservação dos bairros envolvidos.

Jornal – Recentemente noticiamos que a cidade de Leme recebeu o Prêmio de Município Destaque no Crescimento da Alfabetização. Prêmio esse importante. Poderia relatar sobre?

Natalia - Todas as premiações que Leme tem recebido nos últimos anos em relação ao desenvolvimento e elevado número de crianças no conceito da alfabetização ocorrendo na cidade é fruto do trabalho árduo do corpo docente, dos profissionais da educação que estão dentro da sala de aula, que elaboram e desenvolvem projetos pedagógicos ampliando as necessidades básicas dessas crianças em relação ao desenvolvimento cognitivo e emocional, fora o trabalho a parte que o professor tem que exercer com alunos sem regras pré-estabelecidas de casa. Então como Leme consegue ter esses índices comparados com outras cidades e por outro lado possuem uma desvalorização salarial, mesmo sem motivação estamos entre os melhores, em nível de País e o nosso salário, o mais baixo da região.

Jornal - Como você pretende lidar com a evasão escolar e aumentar a taxa de conclusão do ensino fundamental e médio?

Natalia - Manter um relacionamento mais próximo com as famílias. A escola já atua para evitar a evasão escolar.

Jornal - Quais medidas você sugere para melhorar o acesso à educação para crianças com necessidades especiais?

Natalia - O ambiente escolar é um dos espaços mais plurais da sociedade. A Diversidade é respeito, construção e acolhimento. Uma escola inclusiva ensina e aprende muito mais, criando oportunidades de aprendizagem que poderiam não ser possíveis de outra forma. A escola deve oferecer formações com a equipe. A capacitação profissional inclui um plano para que os professores e funcionários aprendam como podem contribuir com a educação inclusiva. Redução do número de alunos nas salas de aulas quando houver crianças com necessidades especiais. Na rede municipal de Leme, por exemplo, temos salas de aulas mais de uma inclusão em sala. Já substitui uma sala de 1º ano com 5 inclusões e apenas a professora da sala para alfabetizar os alunos e dar conta de mais 5 inclusões.  Te faço uma pergunta: Isso é inclusão? Onde está o acolhimento? Onde está a empatia que “fiscais da educação” tanto pregam? E essa professora? Como trabalhar com essa sala, sem o professor de apoio? Isso é desumano! Tem que contratar professores de APOIO e, de preferência com a formação necessária. No nosso município já colocaram até estagiário, monitor, berçarista, mesmo os profissionais alegando não ter formação para tal e não tem escolha, tem que ir e acabou! Está tudo errado e quem sofre são os alunos, o professor, e em alguns casos até os colegas de sala.  Eu como professora de apoio, fico envergonhada de ver casos como estes. Muitas crianças não podem ficar sozinhas em sala, muitas vezes o monitor ou a inspetora ou outro qualquer funcionário da escola ficam com essas crianças com ordem da equipe gestora. Muitas famílias tem que recorrer na justiça para o aluno ter seu direito garantido.

Jornal - Como você planeja integrar a tecnologia no ambiente escolar para melhorar o aprendizado?

Natalia – A tecnologia já existe nas escolas o problema é que essas tecnologias tem que funcionar, têm televisores sem funcionar, retro projetor quebrado, internet que não funciona em todos os espaços escolares e assim por diante.  Mesmo a equipe gestora solicitando o reparo demora demais ou, às vezes nem acontece.

Jornal - Quais são suas propostas para envolver mais a comunidade e os pais na educação das crianças?

Natalia - Podemos promover atividades em que os pais possam participar, como feiras de ciências, apresentações culturais na escola, eventos esportivos ou projetos de voluntariado. Com isso podemos promover o senso de comunidade e reforçar o papel dos pais como parceiros na educação das crianças.

Jornal - Você tem algum plano para aumentar a segurança nas escolas e criar um ambiente mais seguro para estudantes e professores?

Natalia - Sim, controle de acesso, detector de metais são essenciais para impedir a entrada de armas branca e de fogo, câmeras de segurança, treinar  os colaboradores, instalar alarmes e sistemas de alerta, estabelecer uma boa comunicação entre a escola e seu público e vizinhança e orientação aos alunos

Jornal: Como você pretende trabalhar com as autoridades estaduais e federais para trazer mais recursos para a educação municipal?

Natalia - Criar vínculos com autoridades estaduais e federais é essencial. O papel do vereador é buscar recursos para as melhorias necessárias. O que o município não consegue fazer ou não faz, o vereador deve buscar esse recurso, por exemplo: é preciso trocar todas as lousas, ou instalar ar condicionado ou modernizar os laboratórios de informática das escolas, eu vou buscar esse recurso, acompanhar e fiscalizar se realmente está sendo aplicado naquilo que foi pedido. Os alunos e professores merecem essas melhorias que infelizmente esta muito abandonada em nossa cidade.  Esses recursos podem ser destinados para outras pastas também, como saúde, infraestrutura e não só para a educação, uma vez que o vereador tem a demanda de toda uma cidade.

Jornal - Quais são suas ideias para melhorar a formação continuada dos professores e demais profissionais da educação?

Natalia - O objetivo da formação continuada é tornar o professor um facilitador do aprendizado, em vez de um simples transmissor de informações. Um professor motivado é certeza de um trabalho bem feito. O professor é a primeira pessoa que precisa ir feliz para a escola. A formação continuada traz novos olhares e técnicas para o docente, deixando-o animado para colocá-los em prática. Para isso precisamos de novas tecnologias em sala de aula e que haja manutenção rápida quando necessário. Ar condicionado funcionando e com limpeza de filtro regular. Nas palestras é preciso selecionar os temas que fazem sentido a nossa realidade e não de um consultório, por exemplo, onde o profissional atende uma criança por vez. Precisa ter um gerenciamento de turmas difíceis. Boas premiações aos professores engajados e não uma bolsa ou um chocolate. Todo professor tem a esperança de receber algum Resíduo do FUNDEB e o desapontamento vem logo em seguida porque nunca tem resíduo.

Jornal - Você tem alguma proposta para aumentar a transparência e a participação da comunidade nas decisões relacionadas à educação?

Natalia - Criar uma comissão de pais, alunos, comunidade e professores para participar de algumas decisões e não só envolver equipe gestora e Secretaria Municipal de Educação. Essa comissão terá a finalidade de ouvir as pessoas a respeito da compra de materiais, infraestrutura, entre outras ações para que não haja desperdício de dinheiro público, aplicando ele de uma forma mais correta e transparente, sanando as necessidades reais da escola como num todo.

Jornal - Como você vê o papel da educação na redução das desigualdades sociais no município?

Natalia - A educação pode ajudar a reduzir desigualdades, mas precisa caminhar junto com ações em outras áreas para garantir mudanças efetivas, ela não pode caminhar sozinha precisa da saúde e assistência social caminhando juntas.

Jornal -  uais são suas estratégias para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de sua condição socioeconômica?

Natalia - Para garantir o acesso à educação de qualidade é necessário que sejam desenvolvidas políticas públicas que promovam a inclusão educacional desde o ensino infantil, também é fundamental que os recursos destinados à educação sejam investidos de forma adequada e planejada visando a valorização dos professores e a melhoria da infraestrutura das escolas porque, muitas  vezes, os professores são impossibilitados de realizarem práticas e adotarem metodologias diferentes por sofrerem com limitações estruturais, não basta só a biblioteca e quadra, precisa de um bom laboratório de informática e ciências, por exemplo, com professores especialistas, investir na  inteligência emocional, mesas redondas e debates, oficinas de culinária, participação em jogos coletivos.

Jornal – Professora Natalia, o Jornal Tribuna de Leme agradece sua entrevista e deseja sorte nessa nova etapa da sua vida que é a política.

Natalia – Eu quem agradeço o espaço e a oportunidade de poder explanar algumas situações desagradáveis que acontecem, o que me impulsionou a estar pré-candidata à vereadora hoje.