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DIA DO MÉDICO - 18 DE OUTUBRO
Jornal Tribuna de Leme | 22/10/2023

DIA DO MÉDICO - 18 DE OUTUBRO

A data de 18 de outubro foi escolhida como Dia do Médico no Brasil em homenagem a São Lucas, o santo padroeiro da medicina. Lucas foi um médico que viveu no século I d.C. e que, segundo a Bíblia, foi um dos discípulos de Jesus Cristo. Ele é autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos, que são textos bíblicos que falam sobre a importância da saúde e do cuidado com o corpo. A tradição de homenagear São Lucas como padroeiro dos médicos começou por volta do século XV. No Brasil, a data foi oficializada em de 3 de dezembro de 1981.

Os motivos pelos quais São Lucas é o patrono da medicina esta no fato que ele acompanhava Jesus Cristo em seus ensinamentos e cura,e também por ser considerado um exemplo de caridade e compaixão, virtudes que são importantes para a prática da medicina.

Além do Brasil, outros países também comemoram o Dia do Médico em 18 de outubro, como Itália, Portugal, França, Espanha, Bélgica e Polônia. No entanto, o Dia Internacional dos Médicos é comemorado em 30 de outubro. Essa data foi instituída pela Associação Médica Mundial (AMM) em 2020, em homenagem aos médicos que trabalharam na linha de frente da pandemia de COVID-19.

Hipócrates, um médico grego que viveu no século V a.C., é considerado o "pai da medicina". Ele foi o primeiro a estabelecer a medicina como uma ciência, baseando-se na observação e na experiência para o diagnóstico e o tratamento das doenças. Hipócrates também desenvolveu um código de ética para os médicos, conhecido como Juramento de Hipócrates, que ainda é usado atualmente.

As principais contribuições de Hipócrates para a medicina foram o estabelecimento da medicina como uma ciência e principalmente a criação do “Juramento de Hipócrates”, um código de ética para os médicos que ainda é usado atualmente. Ele estabelece princípios como a responsabilidade, a compaixão e a integridade.

Temos várias medicinas que se desenvolveram ao longo dos tempos. A medicina grega foi a primeira a estabelecer a medicina como uma ciência, baseando-se na observação e na experiência. Ela desenvolveu a teoria dos humores, que afirmava que a saúde era o resultado do equilíbrio entre quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra; a medicina árabe foi uma combinação de elementos da medicina grega, chinesa e indiana. Os médicos árabes foram responsáveis por traduzir e preservar muitos textos médicos gregos, que foram perdidos na Europa durante a Idade Média; a medicina chinesa é uma das mais antigas e tradicionais medicinas do mundo. Ela é baseada na teoria do yin e yang, que afirma que o universo é composto de duas forças opostas e complementares: o yin e o yang. A saúde é o resultado do equilíbrio entre essas duas forças; a medicina indiana é outra das mais antigas e tradicionais medicinas do mundo. Ela é baseada na teoria dos doshas, que afirma que o corpo humano é composto de três forças: vata, pitta e kapha. A saúde é o resultado do equilíbrio entre essas três forças; a medicina europeia é uma combinação da medicina grega, árabe e indiana. Ela foi desenvolvida durante a Idade Média e a Renascença, com foco na experimentação e na tecnologia.

Ser médico é, em uma definição filosófica, estar disposto a servir ao outro, curando suas doenças e promovendo sua saúde. O médico é um profissional que possui conhecimento e habilidades para diagnosticar e tratar doenças, mas também é um ser humano que está em contato com o sofrimento e a fragilidade do outro.

Estar médico é, portanto, estar disposto a enfrentar esse sofrimento e essa fragilidade, com compaixão e empatia. É estar comprometido com o bem-estar do outro, mesmo que isso signifique sacrifícios pessoais.

Medicina como sacerdócio é uma analogia que se refere ao caráter sagrado da profissão médica. O médico é visto como um sacerdote da saúde, que dedica sua vida ao serviço do outro. No entanto, é importante ressaltar que a medicina não é uma religião. O médico não é um sacerdote no sentido religioso, mas sim um profissional que presta um serviço essencial à sociedade.

Essa analogia é baseada em alguns elementos da medicina: o juramento de Hipócrates, que é uma promessa de servir ao outro com compaixão e integridade; a ética médica, que estabelece princípios como a beneficência, a não maleficência, a autonomia e a justiça e, a dedicação e o sacrifício que são exigidos da profissão médica.

Aqui estão algumas reflexões filosóficas sobre o que é ser médico e estar médico: (1) O médico é um profissional que lida com a vida e a morte. Ele é responsável por salvar vidas, mas também por acompanhar pacientes em seus últimos momentos. Essa dualidade é um desafio constante para o médico. (2) O médico é um profissional que lida com a subjetividade do outro. Ele não apenas trata de doenças, mas também de pessoas. Isso exige do médico um olhar atento e compassivo para o outro. (3) O médico é um profissional que está em constante atualização. A medicina é uma ciência que evolui constantemente, o que exige do médico um espírito de constante aprendizagem.

O "coração e a alma" de um médico humano que trata de seres humanos, falíveis que somos, devem ser guiados por compaixão, empatia e respeito. Compaixão é a capacidade de entender e compartilhar o sofrimento do outro. O médico deve ser capaz de se colocar no lugar do paciente, para compreender suas angústias e preocupações. Empatia é a capacidade de sentir o que o outro sente. O médico deve ser capaz de se conectar com o paciente em um nível emocional, para ajudá-lo a superar o seu sofrimento. Respeito é a consideração pelos direitos e dignidade do outro. O médico deve tratar o paciente com respeito, independentemente de sua condição social, racial ou religiosa.

Além disso, o "coração e a alma" de um médico humano devem ser guiados por humildade e amor. Humildade é a consciência de que o médico não é um deus, mas apenas um ser humano que está tentando ajudar o outro. O médico deve estar aberto a aprender com o paciente e com os seus colegas. Amor é a força que move o médico a servir ao outro. O médico deve amar o seu trabalho e amar os seus pacientes, para que possa oferecer-lhes o melhor atendimento possível.

É importante lembrar que os médicos são seres humanos falíveis, assim como os seus pacientes. Eles também podem cometer erros e falhar. No entanto, o médico que é guiado pela compaixão, empatia, respeito, humildade e amor, terá mais chances de oferecer um atendimento humanizado e de qualidade.

Eu não conseguiria finalizar sem citar Shakespeare: "A cura está na mente do doente." (Hanlet), "A esperança é a força que cura." (Otelo), "O amor é o melhor remédio." (Romeu e Julieta), "A compaixão é a chave para a cura." (Rei Lear), "A humildade é a base da medicina." (Macbeth).

Gustavo Antonio Cassiolato Faggion

 - Infectologista / Médico do Trabalho CRM 76.810