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CÂNCER DE INTESTINO
Jornal Tribuna de Leme | 17/09/2024

CÂNCER DE INTESTINO

É no intestino grosso que se concentra a maior parte dos tumores, que se formam a partir de pólipos.

Nos últimos meses, muito se tem falado sobre o câncer de intestino e sua incidência na população, principalmente entre os mais jovens.

No Brasil, o câncer de intestino é um dos mais frequentes e está fortemente associado ao estilo de vida e histórico familiar.

Funcionamento do intestino

O intestino é um enorme tubo de quase 10 metros de comprimento que é dividido entre delgado e grosso. O intestino delgado é responsável pela digestão e absorção dos alimentos, permitindo que os nutrientes e minerais sejam aproveitados pelo organismo. Um fato importante é que é extremamente raro um câncer se desenvolver nessa região.

Já o intestino grosso é a parte final do tubo digestivo e é dividido em três partes: ceco, cólon e reto (os dois últimos, locais mais comuns de ocorrência de tumores). No intestino grosso ocorre a parte final da digestão. Nele se acumulam os resíduos do processo digestivo em forma de fezes. Esse órgão também é responsável pela absorção de água, que determina a consistência do bolo fecal.

Por que ocorre o câncer de intestino?

Embora não se saiba ao certo por que a incidência de câncer é maior nessa parte do intestino, é sabido que as lesões cancerígenas surgem nessa região devido a um crescimento anormal de células presentes na mucosa do intestino, formando os chamados pólipos.

Os pólipos podem surgir em qualquer parte do organismo que tenha mucosas, como útero, vesícula e cólon. São extremamente comuns nos indivíduos a partir dos 45 anos.

Os pólipos são lesões arredondadas, na maioria das vezes benignas e que são identificadas por um exame chamado colonoscopia. Só que uma pequena parte dessas lesões tem potencial para se transformar em um câncer ao longo dos anos, por isso quando identificados num exame são removidos, para não ter problema.

Outro ponto importante e bem estudado são os fatores de risco para o desenvolvimento desses tumores. São eles: consumo excessivo de carne vermelha (acima de 500 gramas por semana), alimentos ultraprocessados e álcool, idade, histórico familiar, doenças inflamatórias intestinais e tabagismo.

Por outro lado, segundo o INCA - Instituto Nacional do Câncer, os alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras têm efeito protetor e ajudam a evitar a formação e progressão do tumor. Eles constituem um grupo de alimentos que tem uma variedade de fitoquímicos, compostos que embora não sejam considerados nutrientes, são substâncias que exercem efeitos anticancerígenos.

Existem diversas estratégias para a prevenção do câncer colorretal:

- Pesquisa de sangue oculto nas fezes: Parte do princípio de que muitos pólipos e tumores malignos em fase inicial apresentam sangramentos microscópicos identificáveis nas fezes, através de diversas técnicas de baixo custo. No entanto, como esses exames são incapazes de detectar lesões que não sangram, testes negativos não asseguram ausência de tumores (falso-negativos). Ao contrário, quando o resultado é positivo, há necessidade de complementar com a realização de colonoscopia, para visualizar a parte interna do intestino e afastar ou confirmar a presença da lesão responsável pelo sangramento. Consideradas em conjunto, essas limitações fazem com que muitos médicos considerem esses testes de pouca utilidade.

- Estudos radiológicos: Uma das únicas armas disponíveis no passado, os enemas de bário, exames radiológicos precedidos pela introdução de líquido de contraste contendo bário através do reto, perderam a utilidade porque provocam desconforto, deixam de identificar lesões precursoras e tumores malignos em fase inicial. Recentemente, foram desenvolvidas técnicas de colonografia por tomografia computadorizada que permitem obter imagens de 90% dos pólipos com mais de 1 cm, com um índice de falso-positivos de apenas 14%. As limitações do método são o emprego de radiações, o custo, a necessidade de preparo para esvaziar o intestino e a de exigir colonoscopia para a retirada dos pólipos diagnosticados.

- Sigmoidoscopia: Embora desconfortável, é um exame simples, ambulatorial, realizado pela introdução de um pequeno endoscópio que visualiza as porções mais baixas do intestino: reto e sigmóide. Não detecta lesões mais altas, que incidem em mais de 30% dos casos de câncer.

- Colonoscopia: É o método mais importante. É um exame que avalia o intestino grosso e a parte final do intestino delgado, permitindo identificar lesões e outras condições médicas. O exame é realizado com um colonoscópio, um tubo flexível com uma câmera e luz na ponta, que gera imagens em alta definição do revestimento mucoso do intestino.

Fonte: Dr. Drauzio Varella