AUTISMO
Diagnóstico de autismo pode ser feito a partir dos 18 meses de idade. No entanto, alguns sinais podem ser observados já nos primeiros meses de vida.
As características comportamentais que podem ser levadas em consideração para a suspeita de autismo na criança são:
1 - Dificuldade de interação social, a criança pode ter dificuldade de manter contacto visual, de responder ao nome, de brincar com outras crianças, de compartilhar brinquedos e de expressar emoções.
2 - Atraso na comunicação, a criança pode ter atraso na fala, dificuldade de entender o que os outros dizem, dificuldade de usar gestos e dificuldade de comunicar suas necessidades.
3 - Comportamentos repetitivos, a criança pode ter comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, girar objetos, bater palmas, fazer caretas ou repetir palavras ou frases.
4 - Sensibilidade sensorial, a criança pode ser hipersensível ou hipossensível a sons, cheiros, luzes, sabores ou texturas.
Os diagnósticos diferenciais do autismo incluem: deficiência intelectual, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos do desenvolvimento da linguagem, transtornos motores, transtornos de aprendizagem e epilepsia.
O papel da enfermagem, do nutricionista, do psicólogo, do fisioterapeuta, do fonoaudiólogo, do pedagogo, do pediatra, do psiquiatra e do neuropediatra no tratamento do autismo é de ajudar a criança a desenvolver suas habilidades sociais, comunicativas, motoras e cognitivas. Associado a isto, o tratamento medicamentoso é também uma ferramenta usada para tratar os sintomas específicos do autismo, como hiperatividade, agressividade, ansiedade, depressão e problemas de sono. Os medicamentos também podem ser usados para tratar quaisquer outras condições médicas associadas ao autismo, como convulsões ou problemas digestivos.
Os tipos de tratamentos existentes no momento para o autismo incluem: terapia comportamental intensiva (ABA), terapia de linguagem, terapia ocupacional, fisioterapia, terapia musical, terapia de arte e terapia de integração sensorial.
- A terapia de linguagem ajuda a criança a desenvolver suas habilidades de comunicação.
- A terapia ocupacional ajuda a criança a desenvolver suas habilidades motoras finas e grossas.
- A fisioterapia ajuda a criança a desenvolver suas habilidades motoras.
- A terapia musical ajuda a criança a desenvolver suas habilidades sociais e comunicativas.
- A terapia de arte ajuda a criança a desenvolver sua criatividade e suas habilidades motoras finas.
- A terapia de integração sensorial ajuda a criança a regular suas sensações e a desenvolver suas habilidades motoras e cognitivas.
A Terapia comportamental intensiva (ABA) é um dos tratamentos mais eficazes para o autismo. É uma forma de que ensina a criança habilidades específicas através de reforço positivo. Sua característica é a individualidade, o que significa que o plano de tratamento é adaptado para as necessidades específicas de cada indivíduo. O objetivo da ABA é ajudar as pessoas com autismo a aprender novas habilidades e a melhorar suas habilidades existentes e além do mais é intensiva, o que significa que geralmente é realizada por várias horas por semana. A ABA pode ser realizada em um ambiente clínico ou em casa.
Porém, vale lembrar que o melhor tratamento para o autismo é aquele que é individualizado para cada criança. O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar de profissionais, como citado anteriormente, que possam avaliar as necessidades específicas da cada criança e desenvolver um plano de tratamento adequado. Em suma, o objetivo do tratamento não é trocar a forma de funcionamento autista, senão permitir a possibilidade de construir um universo único, soluções que nenhum manual de diagnóstico pode antecipar.
Todos nós temos um papel a desempenhar na criação de uma sociedade mais inclusiva para as pessoas com autismo. O autismo não é uma deficiência. É apenas uma maneira diferente de ver o mundo.
Gustavo Antonio Cassiolato Faggion
Infectologista / Médico do Trabalho
CRM 76.810
