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ARARAS ESTÁ MATANDO O RIO MOGI GUAÇU
Jornal Tribuna de Leme | 07/05/2022

ARARAS ESTÁ MATANDO O RIO MOGI GUAÇU

ARARAS ESTÁ MATANDO O RIO MOGI GUAÇU

Inércia da Justiça e da Cetesb pode levar ao último ano de vida do Rio Mogi Guaçu

 

Há anos o município de Araras despeja o esgoto residencial e industrial, sem o devido tratamento, no rio Mogi Guaçu. A ação tem trazido consequências gravíssimas e irreversíveis, causando grande impacto ambiental, social e de saúde pública, uma vez que a mortandade de peixes e o mau cheiro têm aumentado ano a ano, afetando diretamente as pessoas que dependem do rio para o sustento de suas famílias, além da contaminação de solo. Um crime ambiental e verdadeiro descaso por parte das autoridades ararenses e que agem sob a inércia da justiça paulista e da CETESB, responsável pela fiscalização e mudança de tal situação.

A Associação SOS Mogi Guaçu tem feito um brilhante trabalho de cobrança, lutando há mais de 20 anos por melhorias do rio Mogi Guaçu e toda a comunidade do Bairro Taquari Ponte. Porém, quando o assunto é o efetivo cumprimento das leis ambientais pelo município de Araras, integrantes da Associação têm desacreditado em um desfecho feliz e positivo que possam amenizar os impactos ambientais provocados pelo despejo de esgoto in natura pela SAEMA de Araras.

Durante os últimos anos foram protocoladas diversas denúncias no Ministério Público em Leme e também na CETESB, órgão responsável pela fiscalização, porém, a morosidade do andamento das ações pode levar ao fim do rio Mogi Guaçu.

Segundo informações obtidas, o Ministério Público de Leme encaminhou todo o processo para a Câmara Especial de Crimes contra Prefeitos, porém, em Araras as ações continuam sem fim, em ritmo lento de andamento, e a CETESB não tem atuado além de aplicação de multas.

“O rio Mogi Guaçu pede socorro e a morosidade na atuação do MP e da CETESB pode levar ao fim da vida do nosso rio. Só multas não vão resolver o problema e esse período de estiagem, com o rio muito baixo, e com a continuidade do despejo de esgoto in natura no rio provocado pelo município de Araras, pode ser o último ano do rio Mogi Guaçu. É uma triste realidade e que essa demora em resolver o problema, pode afetar para sempre todo o ecossistema do rio e o sustento de diversas famílias que dependem da pesca para sobreviver. Não dá mais para esperar a boa vontade das autoridades, é preciso uma ação imediata para evitar o fim do rio Mogi Guaçu”, afirmou Antônio Carlos Pavoni, presidente da Associação SOS Mogi Guaçu.

Já são anos que Araras despeja o esgoto in natura no rio Mogi Guaçu. As desculpas são sempre as mesmas, que estão viabilizando recursos financeiros para a Estação de Tratamento de Esgoto, mas ano a ano o problema persiste e, o despejo ocorre a diariamente e, não há qualquer movimento para sanar tamanho crime ambiental.

Araras podia seguir o exemplo de Leme que, por meio da Saecil, coleta e trata 100% de seu esgoto urbano, dentro dos parâmetros de eficiência exigidos pela CETESB, e tem contribuído para melhorias contínuas no sistema de tratamento, ouvindo e acatando diversas sugestões da Associação SOS Mogi Guaçu.

O Jornal Tribuna de Leme espera que as medidas cabíveis sejam tomadas antes que seja tarde. A vida do rio Mogi Guaçu depende de medidas que acabem com o despejo de esgoto in natura provocado pelo município de Araras e não se pode mais fingir não enxergar enquanto esse terrível crime ambiental ocorre aos olhos de todos.

Salvem o rio Mogi Guaçu.

 

Fotos fornecidas pela Associação SOS Mogi Guaçu