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ALZHEIMER
Jornal Tribuna de Leme | 08/10/2023

ALZHEIMER

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam cerca de 35,6 milhões de pessoas com Doença de Alzheimer (DA) no mundo123. Este número tende a dobrar até o ano de 2030 e triplicar até 2050. No entanto, a incidência da doença está caindo rapidamente nos países ricos, a um ritmo de 16% por década desde 19884.

A incidência da doença de Alzheimer é de cerca de 10 novos casos a cada 100.000 pessoas por ano. A prevalência, que é o número de casos existentes em uma determinada população em um determinado momento, é de cerca de 5% na população acima de 65 anos e de 20% na população acima de 85 anos.

A população brasileira é considerada jovem, com uma média de idade de 32,9 anos. No entanto, o aumento da expectativa de vida, que passou de 55,2 anos em 1950 para 76,7 anos em 2023, está fazendo com que o país envelheça.

Os maiores problemas médicos enfrentados pela população idosa são: doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca; doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão arterial, obesidade e câncer; doenças osteoarticulares como artrose, osteoporose e reumatismo; doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que causa a deterioração progressiva da memória, do pensamento e das habilidades sociais. É a principal causa de demência no mundo, representando cerca de 70% dos casos.

Os sinais e sintomas da doença de Alzheimer, geralmente começam aos 65 anos ou mais, mas podem aparecer antes. Os mais comuns incluem dificuldade de lembrar nomes, datas ou eventos recentes. Dificuldade de se concentrar ou seguir instruções. Dificuldade de encontrar palavras ou expressar ideias. Perda de interesse em atividades que costumava gostar. Problemas de orientação espacial ou temporal. Alterações de comportamento, como irritabilidade, agressividade ou apatia.

Como foi citado, o risco de desenvolver a doença de Alzheimer aumenta com a idade. Outros fatores de risco incluem histórico familiar de Alzheimer. Pressão arterial alta. Colesterol alto. Diabetes. Excesso de peso. Trauma craniano. Exposição a pesticidas e metais pesados. Infecções, como a doença de Lyme e a sífilis. Atividade física insuficiente. Dieta inadequada.

          A doença de Alzheimer é uma doença complexa, com fatores genéticos e ambientais contribuindo para o seu desenvolvimento. Cerca de 50% do risco de desenvolver a doença de Alzheimer é devido a fatores genéticos. Mutações em alguns genes aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença.

O diagnóstico da doença de Alzheimer é feito clinicamente, com apoio de biomarcadores pesquisados através de exames de imagem, como a ressonância nuclear magnética. O diagnóstico clínico tem os seguintes critérios: demência atestada pelo exame clínico e por testes padronizados, como o mini-mental; déficit em duas ou mais áreas;  comprometimento da memória, manifestado por dificuldade de aprendizagem e recordação de informações, principalmente recentes. Problemas visuoespaciais e com mobilidade. Além disso, outras manifestações comportamentais são possíveis como irritabilidade, depressão (estágios iniciais), agitação (estágios mais tardios) e sintomas neuropsiquiátricos podem estar presentes e são comuns em estágios mais avançados da doença.

É importante ressaltar que o diagnóstico mais completo é realizado através do exame microscópico do tecido cerebral, seja ele por biópsia ou necrópsia. O principal achado de imagem na Doença de Alzheimer é a atrofia focal e generalizada em córtex e hipocampoprometimento da linguagem.

A doença de Alzheimer é uma doença progressiva, que piora com o tempo. Os sintomas geralmente começam de forma leve e vão piorando gradualmente, afetando a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar atividades e o seu diagnóstico, vale a pena frisar,  muitas das vezes é feito por exclusão.

Não há cura para a doença de Alzheimer, mas existem algumas medidas que podem ajudar a prevenir o seu aparecimento, como manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, atividade física regular e controle de fatores de risco, como pressão arterial alta, colesterol alto e diabetes. Manter o cérebro ativo, com atividades cognitivas, como leitura, jogos e aprendizado de novos idiomas e manter as relações sociais.

Gustavo Antonio Cassiolato Faggion - Infectologista / Médico do Trabalho

CRM 76.810